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segunda-feira, 4 de junho de 2012

No Samba da Vela, a arte é cronometrada

O Samba da Vela nasceu na virada do século e foi criado a partir da ideia de quatro amigos que sentiam a necessidade de inovar o fazer samba a para isso eles resolveram incluir na roda de samba uma vela e sambas originais, compostos exclusivamente e feitos por compositores desconhecidos do mercado audiovisual.

A vela foi incluída na roda de samba com a intenção de marcar o tempo de duração dos encontros. Os fundadores diz que a vela não tem nenhuma conotação religiosa, foi incluída nas rodas apenas para marcar o tempo dos encontros, “a vela surgiu só para controlar o nosso tempo, servir como relógio porque a gente começava a cantar e não parava mais”, afirma Paquera.


O uso da vela se tornou um marco para a história deste movimento cultural. O samba é realizado na Casa Cultural de Santo Amaro, Zona Sul de São Paulo, reunindo admiradores, curiosos e os compositores que transformam as noites de samba em momentos de alegria e descontração.

Há 12 anos sendo realizados, os encontros já ajudaram diversos sambistas a desenvolver suas habilidades em composição. Durante os encontros os compositores entregam ao público as letras de seus sambas e logo todos aplaudem e cantam juntos.

Paquera ressalta ainda que apesar de caloroso e familiar, o público é considerado rotativo. “O mais importante no samba da vela é o boca a boca, então alguém vem aqui, certe o samba e avisa pra um amigo, que vem e traz outro amigo”, diz.

Para diferenciar dos populares sambas de roda se mantêm algumas regras, entre elas: não é permitido fumar, conversar, dançar ou consumir bebidas alcoólicas dentro da casa de cultura. O silencio durante as apresentações faz parte do ritual e conta como uma das principais regras para manter o clima harmônico e a atenção do público nos compositores.

O samba da vela é uma forma peculiar de se fazer o samba, fugindo dos conceitos populares do samba de raiz, ele é bem visto entre os profissionais da área. Para o sambista Ronaldo Barboza essas adaptações não interferem na qualidade do gênero musical. “A ideia da vela é algo original e o respeito que se tem por ela também, o samba só termina quando ela se apaga e cada cor de vela representa um período do samba”, comenta Ronaldo. Além disso, a iniciativa serve como incentivo para dar continuidade e resgatar as origens do samba.

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