A crise européia teve efeito dominó causando problemas em quase toda Europa. Muitos brasileiros que estavam em busca de melhores condições de vida e experiencias internacionais, precisaram arrumar as malas mais cedo e pegar o caminho de volta, já outros não se intimidaram e continuaram por lá.
Portugal possui uma área total de 92 090 km e representa 12% da economia européia. Devido à crise financeira e a degradação de trabalho o sonho de subir na vida está mais distante. Mesmo com o empréstimo liberado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) de 26 bilhões de Euros, o país tenta se reerguer economicamente. Como consequência cresce a taxa de desemprego no país, só entre os brasileiros aumentou 72% até agora.
Segundo o consulado português em São Paulo, os brasileiros forma os mais atingidos pelo desemprego no país com a crise econômica. Em agosto de 2009, o Instituto de Emprego e Formação Profissional registrava 8.879 desempregados brasileiros, 28% dos estrangeiros sem emprego. o número representa 8,5% do total de brasileiros legalizados em Portugal, o total de desempregados no país era de 501.663, 65% em relação a 2008.
Os dados divulgados também pela Organização Internacional de Migração (OIM, orgão da ONU), a cada três brasileiros que vivem em Portugal, um está desempregado. O número é quatro vezes maior que a média nacional de 7,7%. Muitos procuram ajuda na Casa do Brasil, para voltar ao país, que os encamiha para o Programa de Retorno Voluntário, implementado pelo governo português e pela OIM. Aproximadamente 400 brasileiros precisaram deste benefício com a finalidade de voltar ao Brasil e recomeçar a vida com as economias ou novas oportunidades de trabalho.
PERFIL DO IMIGRANTE BRASILEIRO
O perfil do imigrante brasileiro é de classe c, com menor grau de instrução e menor qualificação profissional, a grande maioria se concentra em trabalhos conhecidos como subempregos como pedreiros, motoristas, marceneiros, empregados de restaurantes, hotéis e lojas. O nível de trabalhadores menos escolarizados impede salários mais expressivos no mercado português, já que a contribuição destes na economia portuguesa atinge os setores: construção civil: (29,1%), empregados de restaurantes e hotéis (25%), e de serviços não qualificados (27,1%). Já o número de estudantes representa (27,3%), profissional com qualificação média(16,1) e professores(10,3%). Cerca de um terço dos legalizados são profissionais liberais como dentistas, decoradores, especialistas em marketing e propaganda, geralmente vivem nas regiões metropolitanas como Lisboa (41,2%) e Porto (13,6%), onde se concentram maiores oportunidades de trabalho. Grande parte da moradia dos brasileiros está nas cidades de Aveiro, Braga, Coimbra e Faro. O país permite aos brasileiros morarem onde quiserem, mas com outros estrangeiros há segregação em áreas específicas.
![Wilma Matias é diarista em Lisboa Foto:Ana Raquel](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiHCSJ2LDL1k4qZSQ4wLmtkF_py2-qn9DSt933Irf4mHc3LgCp3DWdWxEvX2C2mO4zKG8eF4kmdc5ZaMq9-o8Jbd7XrPCJJJdQORrPkjXMjjjMvnwebUZX815h3vIb-c0TPHH-E-YZLfJi/s320/wilma.jpg)
Wilma Matias, 52 anos, natual de Goiânia, decidiu morar em Lisboa no ano de 2001, teve dificuldades por causa da idade, mas não desistiu diante da crise e não descarta a possibilidade de regressar ao Brasil para abrir seu próprio negócio na área de gastronomia. Trabalha como diarista e sua renda mensal é de 1.200,00 euros.
Natural de Tefé, Amazonas, o jogador de futsal do time português, Acadêmico de Mogadouro, Gilson Souza dos Remédios, 26 anos, diz que a maior dificuldade que encontrou para conseguir trabalho foi a emissão de todos os documentos para legalizar sua estada no país. Mesmo com a crise financeira, Gilson afirma que "não adianta o Brasil estar bem financeiramente se falta educação, transporte público, segurança, bom sistema de saúde etc. Os comentários da crise é normal porque o mundo todo depende da Europa e também a pior fase já passou."
0 comentários:
Postar um comentário